Uma matriz pode ser definida como uma coleção de elementos e cada elemento possui uma posição definida através dos indicadores i e j, sendo i o indicador para a linha e j o indicador para a coluna. Os valores possíveis para i, j são valores naturais1 (i, j ∈ ℕ = {1, 2, 3, ...}), ou inteiros positivos diferente de zero (i, j ∈ ℤ+* = {1, 2, 3, ...}). A representação de um elemento é dada por:
$$\begin{aligned} a_{ij} \end{aligned}$$
no caso acima, o elemento possui o nome a com uma posição qualquer i , j. Os nomes dos elementos costumam seguir o mesmo nome da matriz que os contém, mas em letra minúscula. Assim, se a matriz tiver o nome 𝔸 seus elementos serão aij, se a matriz se chamar 𝔹 seus elementos serão bij e assim sucessivamente. Os nomes das matrizes são em letras maiúsculas com uma barra dupla em sua construção. Existem, também, os indicadores para as matrizes; esses indicadores são chamados de Ordem da matriz, ou seja, representa o número de linhas e de colunas. Logo, uma matriz chamada A com 2 linhas e 3 colunas é escrita da seguinte forma:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{{x}}3}=\left[\begin{array}{ccc} a_{11} & a_{12} & a_{13}\\ a_{21} & a_{22} & a_{23} \end{array}\right] \end{aligned}$$
Desse modo temos a representação de uma matriz e de todos os seus elementos. É possível verificar que o número de elementos da matriz é 6. De modo geral, o número de elementos (#elementos) de uma matriz será o resultado da multiplicação do número de linhas pelo número de colunas, assim:
$$\begin{aligned} \#_{elementos}=i\cdot j \end{aligned}$$
Determine o número de elementos da matriz 𝔸3x5.
Na matriz do enunciado tem-se i = 3 (linhas) e j = 5 (colunas). Logo, o número de
elementos dessa matriz será i ⋅ j = 3 ⋅ 5 = 15 elementos
Considere a matriz
$$\begin{aligned} \mathbb{B}_{3\mathrm{x}2} & =\begin{bmatrix}3 & 7\\ 1 & 6\\ 10 & 4 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
escreva todos os elementos colocando sua posição corretamente.
Como o nome da matriz dada é 𝔹, os elementos serão escritos pela letra minúscula do nome da matriz, ou seja, os elementos serão bij.
O primeiro elemento está na linha 1 e coluna 1, então: b11 = 3
O segundo elemento está na linha 1 e coluna 2, então: b12 = 7
O terceiro elemento está na linha 2 e coluna 1, então: b21 = 1
O quarto elemento está na linha 2 e coluna 2, então: b22 = 6
O quinto elemento está na linha 3 e coluna 1, então: b31 = 10
O sexto elemento está na linha 3 e coluna 2, então: b32 = 4
As representações das matrizes podem ser da seguinte forma, ainda:
$$\begin{aligned} \mathbb{M}_{2}\quad\mathrm{ou}\quad\mathbb{M}_{3}\quad\mathrm{ou\quad\mathbb{M}_{4}\,...} \end{aligned}$$
Nesse caso, as matrizes são chamadas de matrizes quadradas pois elas possuem o número de linhas igual ao número de colunas, ou seja, i = j. O primeiro caso é uma matriz quadrada de ordem 2, a segunda é uma matriz quadrada de ordem 3, a terceira é uma matriz quadrada de ordem 4, e assim sucessivamente.
Matriz de segunda ordem, ou matriz quadrada de ordem 2:
$$\begin{aligned} \mathbb{B}_{2}=\begin{bmatrix}b_{11} & b_{12}\\ b_{21} & b_{22} \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Matriz quadrada de ordem 3:
$$\begin{aligned} \mathbb{B}_{3}=\begin{bmatrix}b_{11} & b_{12} & b_{13}\\ b_{21} & b_{22} & b_{23}\\ b_{31} & b_{32} & b_{33} \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Duas, ou mais, matrizes são iguais quando, nas respectivas posições, todos os elementos são iguais.
Considere as matrizes
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 6 & 5 & 4 \end{bmatrix}\,\,\,\,\,\,\,\mathrm{e\,\,\,\,\,\,\,\mathbb{B}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 6 & 5 & 4 \end{bmatrix}} \end{aligned}$$
As matrizes 𝔸 e 𝔹 são iguais, pois a11 = b11 = 1 e a12 = b12 = 2 e a13 = b13 = 3 e a21 = b21 = 6 e a22 = b22 = 5 e a23 = b23 = 4
Considere as matrizes
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 6 & 5 & 4 \end{bmatrix}\,\,\,\,\,\,\,\mathrm{e\,\,\,\,\,\,\mathbb{B}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 6 & 5 & 2 \end{bmatrix}} \end{aligned}$$
As matrizes 𝔸 e 𝔹 NÃO são iguais. Embora a11 = b11 = 1 e a12 = b12 = 2 e a13 = b13 = 3 e a21 = b21 = 6 e a22 = b22 = 5, tem-se que a23 ≠ b23
Determine os valores de x e y de modo que as matrizes abaixo sejam iguais:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2}=\begin{bmatrix}1 & x+10\\ 3 & 5 \end{bmatrix}\quad\mathrm{e}\quad\mathbb{B}_{2}=\begin{bmatrix}1 & 25\\ y-7 & 5 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Analisando as matrizes, verifica-se que a11 = b11 = 1
e a22 = b22 = 5.
O elemento a12 = x + 10 e
b12 = 25 devem ser
iguais, ou seja:
$$\begin{aligned} a_{12} &= b_{12} \\ x+10 &= 25 \\ x+10-10 &= 25-10 \\ x &= 15 \\ \end{aligned}$$
De modo análogo, o elemento a21 = 3 e b21 = y − 7 devem ser iguais, assim:
$$\begin{aligned} a_{21} &=b_{21} \\ 3 &=y-7 \\ 3+7 &=y-7+7 \\ 10 &=y \\ \end{aligned}$$
Substituindo os valores calculados, x e y, tem-se:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2} &= \mathbb{B}_{2}\\ \begin{bmatrix}1 & 15+10\\ 3 & 5 \end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}1 & 25\\ 10-7 & 5 \end{bmatrix}\\ \begin{bmatrix}1 & 25\\ 3 & 5 \end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}1 & 25\\ 3 & 5 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
A adição, ou subtração, de matrizes só podem ser feitas se a(s) matriz(es) possuir/possuírem a mesma ordem. Assim, 𝔸ixj e 𝔹ixj podem ser somadas e/ou subtraídas da seguinte maneira:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{i\mathrm{x}j}\pm\mathbb{B}_{i\mathrm{x}j} & = \begin{bmatrix}a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1j}\\ a_{21} & a_{22} & \cdots & a_{2j}\\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\ a_{i1} & a_{i2} & \cdots & a_{ij} \end{bmatrix}\pm\begin{bmatrix}b_{11} & b_{12} & \cdots & b_{1j}\\ b_{21} & b_{22} & \cdots & b_{2j}\\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\ b_{i1} & b_{i2} & \cdots & b_{ij} \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}a_{11}\pm b_{11} & a_{12}\pm b_{12} & \cdots & a_{1j}\pm b_{1j}\\ a_{21}\pm b_{21} & a_{22}\pm b_{22} & \cdots & a_{2j}\pm b_{2j}\\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\ a_{i1}\pm b_{i1} & a_{i2}\pm b_{i2} & \cdots & a_{ij}\pm b_{ij} \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Considere as matrizes abaixo e efetue a adição entre elas, ou seja, 𝔸 + 𝔹
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 3 & -5\\ 2 & 6 & 4 \end{bmatrix}\qquad\mathrm{e}\qquad\mathbb{B}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}3 & 5 & 6\\ -2 & 4 & 10 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Partindo das matrizes dadas, podemos escrever:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{x}3}+\mathbb{B}_{2\mathrm{x}3} & =\\ \begin{bmatrix}1 & 3 & -5\\ 2 & 6 & 4 \end{bmatrix}+\begin{bmatrix}3 & 5 & 6\\ -2 & 4 & 10 \end{bmatrix} & = \begin{bmatrix}1+3 & 3+5 & -5+6\\ 2+(-2) & 6+4 & 4+10 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}4 & 8 & 1\\ 0 & 10 & 14 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Esse tipo de multiplicação pode ser entendido como um número multiplicando uma matriz, sendo assim, matematicamente, basta multiplicar todos os elementos da matriz pelo número que está multiplicando a matriz.
Nesse momento a notação se faz necessária, pois numa expressão do tipo x ⋅ y não fica evidente quem é a matriz e quem é o escalar, ou se são duas matrizes, ou se são dois escalares! Então dado um escalar a e uma matriz 𝔸ij a multiplicação pode ser escrita como:
$$\begin{aligned} a\cdot\mathbb{A}_{i\mathrm{x}j} & = a\cdot\begin{bmatrix}a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1j}\\ a_{21} & a_{22} & \cdots & a_{2j}\\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\ a_{i1} & a_{i2} & \cdots & a_{ij} \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}a\cdot a_{11} & a\cdot a_{12} & \cdots & a\cdot a_{1j}\\ a\cdot a_{21} & a\cdot a_{22} & \cdots & a\cdot a_{2j}\\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\ a\cdot a_{i1} & a\cdot a_{i2} & \cdots & a\cdot a_{ij} \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Embora seja um pouco confuso, devido a quantidade de letras “a”, isso foi escolhido propositalmente para o entendimento de um conceito: o escalar a é diferente de todos os elementos da matriz pois não possui indicadores, ou seja, subíndice.
Calcule o valor de 2 ⋅ 𝔸 + 4 ⋅ 𝔹 sendo
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 3 & -5\\ 2 & 6 & 4 \end{bmatrix}\qquad\mathrm{e}\qquad\mathbb{B}_{2\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}3 & 5 & 6\\ -2 & 4 & 10 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Para calcular, basta substituir os valores das matrizes, multiplicar pelo escalar e somar as matrizes. Mesmo sabendo o procedimento para calcular a expressão dada, é importante verificar a ordem das matrizes envolvidas na expressão, pois após a multiplicação pelo escalar, haverá uma soma e, como visto anteriormente, só é possível somar matrizes se elas forem da mesma ordem!
$$\begin{aligned} 2\cdot\mathbb{A}+4\cdot\mathbb{B} & =\\ 2\cdot\begin{bmatrix}1 & 3 & -5\\ 2 & 6 & 4 \end{bmatrix}+4\cdot\begin{bmatrix}3 & 5 & 6\\ -2 & 4 & 10 \end{bmatrix} & = \begin{bmatrix}2\cdot1 & 2\cdot3 & 2\cdot(-5)\\ 2\cdot2 & 2\cdot6 & 2\cdot4 \end{bmatrix}+\begin{bmatrix}4\cdot3 & 4\cdot5 & 4\cdot6\\ 4\cdot(-2) & 4\cdot4 & 4\cdot10 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}2 & 6 & -10\\ 4 & 12 & 8 \end{bmatrix}+\begin{bmatrix}12 & 20 & 24\\ -8 & 16 & 40 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}2+12 & 6+20 & -10+24\\ 4+(-8) & 12+16 & 8+40 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}14 & 26 & 14\\ -4 & 28 & 48 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Nesse momento é necessário fazer uma análise mais criteriosa sobre as matrizes. A multiplicação de matrizes NÃO é comutativa, ou seja, 𝔸 ⋅ 𝔹 ≠ 𝔹 ⋅ 𝔸. Outro ponto importante na multiplicação entre matrizes é que dada duas matrizes, o número de colunas da primeira deve ser igual ao número de linhas da segunda matriz. Assim, sejam as matrizes 𝔸ixj e 𝔹nxm, a multiplicação 𝔸 ⋅ 𝔹 existirá se, se somente se, j = n e a multiplicação 𝔹 ⋅ 𝔸 existirá se, e somente se, m = i.
Calcule 𝔸 ⋅ 𝔹 para as matrizes abaixo:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{1\mathrm{x}3}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\end{bmatrix}\quad\mathrm{e}\quad\mathbb{B}_{3\mathrm{x}2}=\begin{bmatrix}3 & 4\\ 2 & 6\\ 5 & 8 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
A primeira matriz é a matriz 𝔸 e a segunda matriz é a 𝔹. Analisando o número de linhas da primeira matriz e o número de colunas da segunda matriz, verifica-se que são iguais a 3, logo, existe a multiplicação proposta no enunciado. Calculando-a:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}_{1\mathrm{x}3}\cdot\mathbb{B}_{3\mathrm{x}2} & =\\ \begin{bmatrix}1 & 2 & 3\end{bmatrix}\cdot\begin{bmatrix}3 & 4\\ 2 & 6\\ 5 & 8 \end{bmatrix} & = \begin{bmatrix}1\cdot3+2\cdot2+3\cdot5 & 1\cdot4+2\cdot6+3\cdot8\end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}3+4+15 & 4+12+24\end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}22 & 40\end{bmatrix}_{1\mathrm{x}2} \end{aligned}$$
é possível verificar que a matriz resultante possui a ordem 1x2 que é, exatamente, o número de linhas da primeira matriz e o número de colunas da segunda matriz.
Calcule a multiplicação 𝕄 ⋅ ℕ sendo
$$\begin{aligned} \mathbb{M}_{2}=\begin{bmatrix}-3 & 6\\ 2 & 7 \end{bmatrix}\quad\mathrm{e}\quad\mathbb{N}_{2}=\begin{bmatrix}2 & -1\\ 4 & 3 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Como as matrizes são quadradas de ordem 2, é possível a multiplicação proposta no enunciado, logo
$$\begin{aligned} \mathbb{M}\cdot\mathbb{N} & = \begin{bmatrix}-3 & 6\\ 2 & 7 \end{bmatrix}\cdot\begin{bmatrix}2 & -1\\ 4 & 3 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}(-3)\cdot2+6\cdot4 & (-3)\cdot(-1)+6\cdot3\\ 2\cdot2+7\cdot4 & 2\cdot(-1)+7\cdot3 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}-6+24 & 3+18\\ 4+28 & -2+21 \end{bmatrix}\\ & = \begin{bmatrix}18 & 21\\ 32 & 19 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
é possível verificar que a ordem resultante da multiplicação entre matrizes quadradas é, também, uma matriz quadrada com a mesma ordem. Outro ponto a se notar é que foi omitido o índice de ordem das matrizes na resolução pois, como são matrizes quadradas, não se faz necessário.
Matriz Linha: é a matriz que possui somente uma linha. É conhecida, também, como vetor linha ou apenas vetor;
Matriz Coluna: é a matriz que possui apenas uma coluna e também é conhecida como vetor coluna;
Matriz Quadrada: como visto anteriormente, a matriz quadrada é aquela em que o número de linhas é igual ao número de colunas;
Diagonal Principal: a diagonal principal de uma matriz quadrada é aquela em que os elementos possuem os indicadores iguais, ou seja, i = j ⇒ aii;
Diagonal Secundária: é a diagonal formada pelos elementos aij de modo que i + j = ordem + 1.
Triangular Superior: matriz onde os elementos acima da diagonal principal e os da diagonal principal são diferentes de zero, isto é, aij = 0 , i > j;
$$\begin{aligned} \begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 0 & 5 & 1\\ 0 & 0 & 2 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Triangular Inferior: matriz onde os elementos abaixo da diagonal principal e os da diagonal principal são diferentes de zero, isto é, aij = 0 , i < j
$$\begin{aligned} \begin{bmatrix}1 & 0 & 0\\ 2 & 5 & 0\\ 4 & 6 & 2 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Diagonal: matriz onde os elementos da diagonal principal são diferentes de zero, isto é, aij ≠ 0 , i = j.
$$\begin{aligned} \begin{bmatrix}1 & 0 & 0\\ 0 & 5 & 0\\ 0 & 0 & 2 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Identidade: matriz onde todos os elementos da diagonal principal são iguais a 1, ou seja, aij = 1 , i = j. Essa matriz recebe uma representação peculiar, 𝕀n ou apenas 𝕀
$$\begin{aligned} \begin{bmatrix}1 & 0 & 0\\ 0 & 1 & 0\\ 0 & 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Matriz Oposta: dada uma matriz 𝔸 e uma matriz 𝔹, é possível dizer que a matriz 𝔹 é oposta a matriz 𝔸 se todos os elementos de 𝔹 forem os elementos simétricos de 𝔸
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 10 & -7\\ 2 & -1 & -8\\ 3 & 5 & 9 \end{bmatrix}\quad\Rightarrow\quad\mathbb{B}=\begin{bmatrix}-1 & -10 & 7\\ -2 & 1 & 8\\ -3 & -5 & -9 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Matriz Transposta: dada uma matriz 𝔸, a sua transposta, ou seja, 𝔸t terá as suas colunas formadas pelas linhas de 𝔸. Vale ressaltar que (𝔸t)t = 𝔸
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 9 & 8 & 7 \end{bmatrix}\Rightarrow\mathbb{A}^{t}=\begin{bmatrix}1 & 9\\ 2 & 8\\ 3 & 7 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Matriz Simétrica: dada uma matriz 𝔸, é possível dizer que 𝔸 é simétrica se 𝔸 = 𝔸t.
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 2 & -1 & 5\\ 3 & 5 & 9 \end{bmatrix}\quad\Rightarrow\quad\mathbb{A}^{t}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 2 & -1 & 5\\ 3 & 5 & 9 \end{bmatrix}=\mathbb{A} \end{aligned}$$
Matriz Antissimétrica: dada uma matriz 𝔸, é possível dizer que 𝔸 é antissimétrica se − 𝔸 = 𝔸t. Aqui, se faz necessário mais uma observação: necessariamente aij = 0, i = j.
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}0 & 2 & -3\\ -2 & 0 & -5\\ 3 & 5 & 0 \end{bmatrix}\quad\Rightarrow\quad\mathbb{A}^{t}=\begin{bmatrix}0 & -2 & 3\\ 2 & 0 & 5\\ -3 & -5 & 0 \end{bmatrix}=-\mathbb{A} \end{aligned}$$
Matriz Nula: é uma matriz onde todos os elementos são iguais a 0 (zero).
$$\begin{aligned} \mathbf{0}_{2\mathrm{x}4}=\begin{bmatrix}0 & 0 & 0 & 0\\ 0 & 0 & 0 & 0 \end{bmatrix},\quad\mathbf{0}_{2}=\begin{bmatrix}0 & 0\\ 0 & 0 \end{bmatrix},\quad\mathbf{0}_{3}=\begin{bmatrix}0 & 0 & 0\\ 0 & 0 & 0\\ 0 & 0 & 0 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Matriz Ortogonal: dada uma matriz 𝔸, inversível, ela será ortogonal se obedecer 𝔸t = 𝔸−1.2
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}\frac{1}{2} & -\frac{\sqrt{3}}{2}\\ \frac{\sqrt{3}}{2} & \frac{1}{2} \end{bmatrix}\quad\mathbb{A}^{t}=\begin{bmatrix}\frac{1}{2} & \frac{\sqrt{3}}{2}\\ -\frac{\sqrt{3}}{2} & \frac{1}{2} \end{bmatrix}\Rightarrow\mathbb{A}\cdot\mathbb{A}^{t}=\begin{bmatrix}1 & 0\\ 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}$$
Os determinantes de matrizes de ordem 2 podem ser calculadas como segue. Considere a matriz 𝔸
$$\mathbb{A}=\begin{bmatrix}a_{11} & a_{12}\\ a_{21} & a_{22} \end{bmatrix}\Rightarrow\mathrm{det(\mathbb{A})}=\overbrace{a_{11}\cdot a_{22}}^{\mathrm{diagonal\:principal}}-\underbrace{a_{12}\cdot a_{21}}_{\mathrm{diagonal\:secund\acute{a}ria}}$$
Calcule o determinante de $\mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2\\ 3 & 4 \end{bmatrix}$
O determinante pode ser calculado usando o exposto acima, assim:
$$\mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2\\ 3 & 4 \end{bmatrix}\Rightarrow\mathrm{det(\mathbb{A})}=1\cdot4-2\cdot3=4-6=-2$$
Calcule o determinante de $\mathbb{B}=\begin{bmatrix}-1 & -2\\ -7 & 4 \end{bmatrix}$
De modo análogo ao exemplo anterior, tem-se:
$$\mathbb{B}=\begin{bmatrix}-1 & -2\\ -7 & 4 \end{bmatrix}\Rightarrow\mathrm{det(\mathbb{B})}=(-1)\cdot4-(-2)\cdot(-7)=-4-(+14)=-4-14=-18$$
Considere uma matriz de ordem 3. O cálculo do determinante será:
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}a_{11} & a_{12} & a_{13}\\ a_{21} & a_{22} & a_{23}\\ a_{31} & a_{32} & a_{33} \end{bmatrix}\Rightarrow \begin{split} \mathrm{det(\mathbb{A})}&=\overbrace{a_{11}\cdot a_{22}\cdot a_{33}+a_{12}\cdot a_{23}\cdot a_{31}+a_{13}\cdot a_{21}\cdot a_{32}}^{\mathrm{diagonais\,\,\,principais}}\\ & \quad \underbrace{-a_{13}\cdot a_{22}\cdot a_{31}-a_{11}\cdot a_{23}\cdot a_{32}-a_{12}\cdot a_{21}\cdot a_{33}}_{\mathrm{diagonais\,\,\,secund\acute{a}rias}} \end{split} \end{aligned}$$
Torna-se um pouco complicado calcular o determinante através da memorização da relação acima, um modo, repetitivo, mais fácil será visto no exemplo a seguir.
Calcule o determinante da matriz $\mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 4 & 5 & 6\\ 2 & 1 & 3 \end{bmatrix}$
Para resolver, basta copiar as duas primeiras colunas, após a matriz, e seguir um processo análogo ao cálculo do determinante das matrizes de ordem 2, multiplicando as "diagonais principais" e subtraindo a multiplicação das "diagonais secundárias". Essa técnica é conhecida como Regra de Sarrus!
$$\begin{aligned} \mathbb{A}=\begin{bmatrix}{\color{red}1} & {\color{violet}2} & 3\\ {\color{red}4} & {\color{violet}5} & 6\\ {\color{red}2} & {\color{violet}1} & 3 \end{bmatrix}\begin{array}{cc} {\color{red}1} & {\color{violet}2}\\ {\color{red}4} & {\color{violet}5}\\ {\color{red}2} & {\color{violet}1} \end{array}\Rightarrow\mathrm{det(\mathbb{A})} & = \overbrace{1\cdot5\cdot3+2\cdot6\cdot2+3\cdot4\cdot1}^{\mathrm{diagonais\:principais}}-\underbrace{(3\cdot5\cdot2+1\cdot6\cdot1+2\cdot4\cdot3)}_{\mathrm{diagonais\:secund\acute{a}rias}}\\ & = 15+24+12-(30+6+24)\\ & = 51-60\\ & = -9 \end{aligned}$$
O determinante de uma matriz é igual a soma dos produtos dos elementos de qualquer linha ou coluna pelos respectivos complementos algébricos. $$\mathrm{det(\mathbb{A})}=\sum_{j=1}^{^{n}}(-1)^{i+j}\cdot a_{ij}\cdot\mathrm{det(\mathbb{A}_{-i-j})}$$ sendo:
n a ordem da matriz;
i e j são os índices que representam a linha e coluna, respectivamente;
aij é o elemento da i-ésima linha e j-ésima coluna;
det(𝔸−i − j) é o determinante da matriz formada pela remoção da linha i e coluna j.
O teorema anterior é o Teorema de Laplace que estabelece um modo de calcular os determinantes de matrizes de ordem n. Note que a aplicação desse teorema serve, também, para matrizes de ordem 2 ou 3.
Calcule o determinante da matriz $\mathbb{A}=\begin{bmatrix}1 & 2 & 3\\ 4 & 5 & 6\\ 2 & 1 & 3 \end{bmatrix}$
A matriz é de ordem 3 (n = 3). Inicialmente é necessário escolher uma linha qualquer da matriz. Suponha a escolha da linha 1 (i = 1). A linha 1 possui os elementos a11, a12 e a13. Assim o determinante ficará:
$$\begin{aligned} \begin{split} \mathrm{det(\mathbb{A})} & = \sum_{j=1}^{n}(-1)^{i+j}\cdot a_{ij}\cdot\mathrm{det(\mathbb{A}_{-i-j})}\\ & = \sum_{j=1}^{3}(-1)^{1+j}\cdot a_{1j}\cdot\mathrm{det(\mathbb{A}_{-1-j})}\\ & = (-1)^{1+1}\cdot a_{11}\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}a_{22} & a_{23}\\ a_{32} & a_{33} \end{bmatrix})+(-1)^{1+2}\cdot a_{12}\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}a_{21} & a_{23}\\ a_{31} & a_{33} \end{bmatrix})\\ & \quad+(-1)^{1+3}\cdot a_{13}\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}a_{21} & a_{22}\\ a_{31} & a_{32} \end{bmatrix})\\ & = (-1)^{2}\cdot1\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}5 & 6\\ 1 & 3 \end{bmatrix})+(-1)^{3}\cdot2\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}4 & 6\\ 2 & 3 \end{bmatrix})\\ & \quad+(-1)^{4}\cdot3\cdot\mathrm{det}(\begin{bmatrix}4 & 5\\ 2 & 1 \end{bmatrix})\\ & = 1\cdot1\cdot(5\cdot3-6\cdot1)-1\cdot2\cdot(4\cdot3-6\cdot2)+1\cdot3\cdot(4\cdot1-5\cdot2)\\ & = 1\cdot(15-6)-2\cdot(12-12)+3\cdot(4-10)\\ & = 1\cdot9-2\cdot0+3\cdot(-6)\\ & = 9-0-18\\ & = 9-18\\ & = -9 \end{split} \end{aligned}$$
O resultado obtido é o mesmo calculado utilizando a regra de Sarrus para matrizes de ordem 3. Comparando os dois exemplos, o leitor concluirá (facilmente!) que é muito simples, e rápido, calcular o determinante pela regra mencionada. No entanto, a regra de Sarrus pode ser utilizada para matrizes de ordem 3, ou seja, para matrizes de ordem maior (4, 5, 6, ...) o método é o utilizado nesta seção1.
Embora esta seção esteja dentro do capítulo sobre Determinantes a Regra do Cadarço é um método para calcular áreas (Fórmula de Gauss para cálculo de área). NÃO se trata de determinantes de matrizes NÃO QUADRADAS. Os Determinantes são exclusivos das matrizes quadradas.
A fórmula pode ser representada por:
$$\mathrm{A}=\frac{1}{2}\cdot|(x_{n}\cdot y_{1}-x_{1}\cdot y_{n})+\sum_{i=1}^{n-1}(x_{i}\cdot y_{i+1}-x_{i+1}\cdot y_{i})|$$
sendo:
n o número de vértices do polígono;
A a área do polígono;
(xi,yi), i ∈ 1, 2, …, n as coordenadas dos vértices.
Calcule a área da figura formada pelos pontos (0,0), (2,0), (2,2) e (0,2)
Os pontos do enunciado formam um quadrado de lado 2, desse modo, a área resultante deverá ser igual a 4, pois 2 ⋅ 2 = 4. Para aplicar a Regra do Cadarço é necessário definir:
n = 4 pois existem 4 pontos!;
P1 : (0,0) ⇒ x1 = 0 e y1 = 0;
P2 : (2,0) ⇒ x2 = 2 e y2 = 0;
P3 : (2,2) ⇒ x3 = 2 e y3 = 2;
P4 : (0,2) ⇒ x4 = 0 e y4 = 2.
Substituindo na Fórmula:
$$\begin{aligned} \mathrm{A} & = \frac{1}{2}\cdot|(x_{n}\cdot y_{1}-x_{1}\cdot y_{n})+\sum_{i=1}^{n-1}(x_{i}\cdot y_{i+1}-x_{i+1}\cdot y_{i})|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|(x_{4}\cdot y_{1}-x_{1}\cdot y_{4})+\sum_{i=1}^{4-1}(x_{i}\cdot y_{i+1}-x_{i+1}\cdot y_{i})|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|(x_{4}\cdot y_{1}-x_{1}\cdot y_{4})+\sum_{i=1}^{3}(x_{i}\cdot y_{i+1}-x_{i+1}\cdot y_{i})|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|(x_{4}\cdot y_{1}-x_{1}\cdot y_{4})+(x_{1}\cdot y_{2}-x_{2}\cdot y_{1})+(x_{2}\cdot y_{3}-x_{3}\cdot y_{2})+(x_{3}\cdot y_{4}-x_{4}\cdot y_{3})|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|(0\cdot0-0\cdot2)+(0\cdot0-2\cdot0)+(2\cdot2-2\cdot0)+(2\cdot2-0\cdot2)|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|(0-0)+(0-0)+(4-0)+(4-0)|\\ & = \frac{1}{2}\cdot|8|\\ & = \frac{8}{2}\\ & = 4 \end{aligned}$$
Embora seja muito mais fácil calcular a área do quadrado utilizando a relação de multiplicação entre os lados, a Regra do Cadarço serve para calcular a área de qualquer polígono bastando conhecer seus vértices, apenas.
Para iniciar o capítulo é importante definir alguns pontos. O leitor nesse momento pode lembrar, da disciplina Matemática, que funções lineares são aquelas que resultam em um gráfico no formato de reta, costumeiramente chamadas de linha. Vendo o exemplo abaixo é possível retomar, rapidamente, o gráfico de uma função linear.
Construa o gráfico da função \(f(x)=2x+1 \).
Analisando a função dada, é possível definir algumas coisas através da comparação com a definição geral de funções lineares:
\[\begin{aligned} f(x) &= a\cdot x+b\quad\mathrm{Definição\,\,geral}\\ f(x) &= 2\cdot x+1\quad\mathrm{Função\,\,do\,\,enunciado} \end{aligned} \]
Onde,
- b: coeficiente linear. É o valor que , ou"corta" o eixo das ordenadas, conhecido também como eixo vertical, ou ainda como eixo y 2.
Desse modo para fazer o gráfico é necessário apenas dois pontos, ou seja, dois pares ordenados (x,f(x)). Um desses pares pode ser obtido através do coeficiente linear, ou seja, se a função intercepta o eixo das ordenadas no valor 1 (b = 1), necessariamente, x = 0, assim (0,1) é um ponto (ponto vermelho). A determinação de outro ponto pode ser atribuindo um valor, diferente de zero, para a variável independente e calcular seu correspondente. Atribuindo x = 1 tem-se f(1) = 2 ⋅ 1 + 1 ⇒ f(1) = 3 logo, o segundo ponto (ponto preto) será (1,3). Unindo esses dois pontos e traçando uma reta é possível obter o gráfico abaixo:
Como pode ser visto na Figura 1.1, o gráfico da função do exemplo anterior é uma reta pois os expoentes das variáveis, independente e dependente são iguais a 1. A função do exemplo anterior pode ser reescrita para a forma:
y − 2x = 1
A forma como a função foi reescrita pode ser entendida como uma equação linear. De modo geral sobre Equações Lineares são equações do tipo:
a1x1 + a2x2 + a3x3 + ⋯ + anxn = b
onde a1, a2, a3, …, an são os coeficientes, x1, x2, x3, …, xn são as variáveis e b é o termo independente.
A equação 2x + 3y − 4z = 2 é uma equação linear. Seus coeficientes são 2, 3 e − 4. Já as variáveis são x, y e z e 2 é o termo independente. A solução para esta equação ocorre quando x = 3, y = 0 e z = 1 pois 2 ⋅ 3 + 3 ⋅ 0 − 4 ⋅ 1 = 2.
Verifique se (1,2,0) e (1,0,0) satisfazem a equação linear 2x + 3y − 4z = 2.
Para verificar se as triplas3 ordenadas satisfazem a equação linear basta substituir os valores dados em suas respectivas variáveis, assim:
(1,2,0) ⇒ 2 ⋅ 1 + 3 ⋅ 2 − 4 ⋅ 0 = 2 ⇒ 2 + 6 − 0 = 2 ⇒ 8 = 2 FALSO. Logo, a (1,2,0) não satisfaz a equação linear do enunciado.
(1,0,0) ⇒ 2 ⋅ 1 + 3 ⋅ 0 − 4 ⋅ 0 = 2 ⇒ 2 + 0 − 0 = 2 ⇒ 2 = 2 VERDADEIRO. Logo, a (1,0,0) satisfaz a equação linear do enunciado.
O leitor pode imaginar que as equações lineares acima existam infinitas combinações entre valores numéricos que satisfaçam a relação. Isso acontece porque o número de variáveis é MAIOR que o número de equações. No entanto, existem situações em que o número de equações lineares é igual ao número de variáveis.
Dado as funções Receita (R(x) = 30x) e Custo (C(x) = 20x + 1000), determine o ponto de equilíbrio4.
Para determinar o ponto de equilíbrio basta fazer y = R(x) = C(x) e substituir nas equações do enunciado, assim:
Função Receita: y = 30x;
Função Custo: y = 20x + 1000.
Fica claro a existência de duas equações (Receita e Custo) e duas variáveis (x e y). A solução dessas equações lineares devem satisfazer as duas funções simultaneamente, desse modo, é possível escrever um sistema de equações lineares, como segue:
\[ \begin{aligned} \left\{ \begin{alignedat}{1}\begin{array}{ccc} y & = & 30x\\ y & = & 20x+1000 \end{array}\end{alignedat} \right. & \Leftrightarrow\\ \left\{ \begin{alignedat}{1}\begin{array}{ccc} y-30x & = & 0\\ y-20x & = & 1000 \end{array}\end{alignedat} \right. & \Leftrightarrow\\ \left\{ \begin{alignedat}{1}\begin{array}{ccc} y-30x & = & 0\\ -10x & = & -1000 \end{array}\end{alignedat} \right. & \Rightarrow x=100\\ y-30\cdot100=0 & \Rightarrow\\ y-3000=0 & \Rightarrow y=3000 \end{aligned} \]
Assim, o ponto de equilíbrio é (100,3000) e representa a quantidade de produtos que devem ser vendidos (x = 100 unidades) e o valor da Receita e do Custo quando forem vendidos x = 100 produtos será de R$3000,00 (y = 3000 ⇒ R(100) = C(100) = R$ 3000, 00). A Figura 1.2 mostra o gráfico das funções e o ponto de equilíbrio.
Como visto anteriormente, os sistemas de equações lineares podem ser aplicados na área da Administração, Ciências Contábeis e, é claro, na área de exatas!
Desse modo é de fundamental importância saber resolver os sistemas de equações lineares e, para isso, existem alguns métodos. Será visto aqui o método da resolução usando matrizes, chamada de regra de Cramer e o método da eliminação de Gauss.
Antes de conhecer as técnicas é importante frisar que os sistemas de equações lineares podem ser classificados dependendo do número de soluções que o mesmo apresenta:
Sistema Impossível: Quando o sistema não admite solução;
Sistema Possível e Indeterminado: Quando o sistema admite mais de uma solução;
Sistema Possível e Determinado: É o sistema que possui uma única solução possível.
Considere o sistema abaixo:
$$\begin{cases} \begin{array}{ccc} x+y+z & = & 6\\ x-y+z & = & 2\\ x+y-z & = & 0 \end{array}\end{cases}$$
É possível escrever a Matriz Principal deste sistema. A Matriz Principal é composta pelos coeficientes de cada variável do sistema, ou seja
$$\mathbb{{M}}=\begin{bmatrix}1 & 1 & 1\\ 1 & -1 & 1\\ 1 & 1 & -1 \end{bmatrix}$$
Ainda é possível definir as matrizes 𝕄x, 𝕄y, e 𝕄z substituindo os valores da coluna do resultado nas respectivas colunas da matriz principal, assim:
$$\mathbb{{M}}_{x}=\begin{bmatrix}6 & 1 & 1\\ 2 & -1 & 1\\ 0 & 1 & -1 \end{bmatrix},\quad\mathbb{{M}}_{y}=\begin{bmatrix}1 & 6 & 1\\ 1 & 2 & 1\\ 1 & 0 & -1 \end{bmatrix},\quad\mathbb{{M}}_{z}=\begin{bmatrix}1 & 1 & 6\\ 1 & -1 & 2\\ 1 & 1 & 0 \end{bmatrix}$$
Então, o valor das variáveis do sistema dado pode ser calculado através de:
$$x=\frac{{\mathrm{det}(\mathbb{{M}}_{x})}}{\mathrm{det}(\mathbb{M})},\quad y=\frac{\mathrm{det}(\mathbb{M}_{y})}{\mathrm{det}(\mathbb{M})},\quad\mathrm{e\quad z=\frac{\mathrm{det}(\mathbb{M}_{z})}{\mathrm{det}(\mathbb{M})}}$$
Um sistema de equações lineares pode ser escrito da seguinte forma:
\[ \mathbb{A} \cdot \mathbb{X} = \mathbb{B} \]
Onde a matriz \( \mathbb{A} \) é a matriz dos coeficientes, \(\mathbb{X} \) é a matriz das variáveis e \( \mathbb{B} \) é a matriz dos resultados.
O objetivo da eliminação de Gauss é formar uma matriz triangular superior. Em um sistema de equações lineares é possível fazer:
Multiplicar uma linha inteira por um número diferente de zero;
Mudar a posição das linhas e/ou colunas;
Efetuar operações entre as linhas.
Resolva o sistema abaixo
$$\begin{cases} x+y+z & =3\\ 2x+y+2z & =5\\ x-y+3z & =1 \end{cases}$$
O sistema do enunciado pode ser escrito através da multiplicação abaixo
$$\underbrace{\begin{bmatrix}1 & 1 & 1\\ 2 & 1 & 2\\ 1 & -1 & 3 \end{bmatrix}}_{\mathbb{A}}\cdot\underbrace{\begin{bmatrix}x\\ y\\ z \end{bmatrix}}_{\mathbb{X}}=\underbrace{\begin{bmatrix}3\\ 5\\ 1 \end{bmatrix}}_{\mathbb{B}}$$
O próximo passo é montar a chamada Matriz Ampliada do passo inicial ou passo zero (0).
$$\left[ \mathbb{A}|\mathbb{B}\right ]^{(0)}=\left[ \begin{matrix}1&1&1\\2&1&2\\1&-1&3 \end{matrix} \left| \begin{matrix} 3\\5\\1\end{matrix}\right. \right ]$$
Após a definição da Matriz Ampliada, o próximo passo é zerar os elementos que estão abaixo da diagonal principal, assim: $$\begin{aligned} L_2^{(1)} &\leftarrow 2\cdot L_1^{(0)}-L_2^{(0)} \\ L_3^{(1)} &\leftarrow L_1^{(0)}-L_3^{(0)} \end{aligned}$$
resultando em: $$\left[ \mathbb{A}|\mathbb{B}\right ]^{(1)}=\left[ \begin{matrix}1&1&1\\0&1&0\\0&2&-3 \end{matrix} \left| \begin{matrix} 3\\1\\2\end{matrix}\right. \right ]$$
O próximo passo é usar a linha 2 como referência para zerar os elementos que estão abaixo da diagonal principal. Assim:
$$\begin{aligned} L_3^{(2)} &\leftarrow 2 \cdot L_2^{(1)}-L_3^{(1)} \end{aligned}$$
obtendo o seguinte sistema:
\[ \left[ \mathbb{A}|\mathbb{B}\right ]^{(2)}=\left[ \begin{matrix}1&1&1\\0&1&0\\0&0&3 \end{matrix} \left| \begin{matrix} 3\\1\\0\end{matrix}\right. \right ] \]
Da última linha, tem-se: 3z = 0 ⇒ z = 0
Da linha 2 é possível obter:
y = 1
Substituindo o resultado de y e z na linha 1, obtém-se:
x + y + z = 3 ⇒ x + 1 + 0 = 3 ⇒ x = 2
Enfim, este sistema pode ser classificado como Sistema Possível e Determinado e a solução é a tripla (2,1,0), podendo representar o conjunto solução da seguinte maneira:
S = {(2,1,0)}
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